Breno Cunha. Viver a Vida foi muito mais bem aceita do que Caminho das Índias

A minha última coluna não foi muito bem interpretada ou, se foi, quiseram encobrir o fato em questão com argumentos confusos e não sensatos nem corretos, o que acontece é que em tudo precisamos provar, ou seja, impor fatos, por que contra fatos não há argumentos.

Viver a Vida nunca foi mal no IBOPE, ela apenas está colhendo frutos de um sistema que cada vez mais afasta as pessoas da televisão de tal modo que há 10 anos tinha quase o dobro de pessoas assistindo o horário nobre da TV. A novela de Manoel Carlos está sendo castigada pelo “share”, que é a porcentagem de televisores ligados.

Pois vamos lá, hoje eu trouxe alguns fatos, no dia 30 de Abril do ano passado a novela Caminho das Índias caminhava para a metade da trama, foram 35 pontos de média e 41 de pico, “share” de 48%. No dia 25 de Maio do mesmo ano, a novela de Gloria Pérez marcava 41 pontos com exatamente 52% de “share”.

Ontem Viver a Vida marcou exatos 39 pontos com 57% de “share”, ou seja, mesmo tendo mais “share” – uma porcentagem maior de televisores ligados na Globo – a novela marcou apenas 39 pontos, enquanto Caminho das Índias com 52% de ‘’share’’ conseguiu ficar com 41 pontos.

É por isso que quando se for analisar a aceitação popular de algum programa de televisão usando como critério os dados que o IBOPE nos oferece, é muito mais sensato olhar o ‘’share’’ do que a quantidade de pontos, por que os pontos são mera forma de comparação. A precisão está no share.

O que eu quis dizer foi que: Se daqui a 10 anos uma novela do horário nobre da Globo marcar 27 pontos com 57% de “share”, a audiência dela será exatamente a mesma e terá o mesmo valor que Viver a Vida, inclusive será mais sucesso que Caminho das Índias que, aliás, teve a menor audiência de uma novela nobre da Globo em sua estréia e que no capítulo final se consolidou marcando 53 pontos com 73% de share.

O fato é esse.

Por: Breno Cunha